Jovem recusa herança de R$ 22 bilhões por achar que o dinheiro “não a deixaria feliz”

Gustavo Mendex

Herdeira da Basf Renuncia a 90% de sua Herança Bilionária por Considerar Dinheiro como "Pura Sorte"


Na última semana, Marlene Engelhorn, uma jovem de 29 anos e herdeira do império químico Basf, surpreendeu o mundo ao anunciar sua decisão de renunciar a 90% de sua herança, avaliada em 4,2 bilhões de euros (cerca de R$ 22 bilhões). A escolha da jovem reacendeu o debate sobre a riqueza, suas implicações na sociedade e o papel dos indivíduos ricos no compartilhamento de recursos.


A história começou quando sua avó, Traudl Engelhorn-Vechiatto, de 94 anos, revelou seu testamento à família, indicando que Marlene receberia uma fortuna considerável após seu falecimento. No entanto, a jovem decidiu abdicar dessa riqueza, argumentando que não fez nada para merecer o dinheiro, considerando-o "pura sorte" e "acaso do nascimento". Sua posição, embora surpreendente, levanta questões importantes sobre a desigualdade de riqueza e o impacto da herança na sociedade.


Marlene Engelhorn estudante de literatura alemã em Viena, nunca trabalhou na empresa da família e questionou profundamente o significado de herdar uma fortuna tão substancial. Ela expressou sua insatisfação com a situação e afirmou que, em sua opinião, o dinheiro excessivo pode se tornar um problema, levando a tensões e mal-entendidos em vez de soluções.


Além de renunciar à herança, Marlene Engelhorn é parte de um movimento global chamado "Millionaires for Humanity" (Milionários para a Humanidade), que pede aos governos que aumentem os impostos sobre heranças e grandes fortunas. A jovem também é uma das fundadoras do movimento "Tax Me Now" (Me Taxe Agora), que reúne "milionários patrióticos" que defendem uma tributação mais pesada sobre os ricos.


Em uma declaração pública, Marlene Engelhorn afirmou: "Os bilionários não deveriam ter o direito de decidir se e como vão contribuir com a sociedade. A justiça social é o maior interesse de todos." Sua postura pró-impostos e sua recusa em herdar uma vasta riqueza chamaram a atenção para questões mais amplas sobre o papel dos super-ricos na sociedade e a necessidade de uma distribuição mais equitativa da riqueza.


Além da recusa em receber sua herança, Marlene também levantou questões sobre a origem do dinheiro de sua família. Ela admitiu desconhecer a história exata e a origem do dinheiro que está sendo passado de geração em geração. Essa falta de transparência em relação à origem da riqueza da família Engelhorn levanta preocupações adicionais sobre a responsabilidade das corporações e das famílias ricas em relação ao seu passado e ao impacto que tiveram na história global.


Vale ressaltar que a Basf, empresa da qual a família Engelhorn é herdeira, tem uma história complexa, incluindo sua ligação com o regime nazista. Durante esse período sombrio da história, a empresa fazia parte do conglomerado Ig Farben, responsável pela construção da fábrica de Auschwitz, onde o gás Zyklon-B, utilizado nas câmaras de gás, era produzido. Embora a Basf tenha sido refundada após a Segunda Guerra Mundial e tenha crescido consideravelmente desde então, sua história está marcada por esse capítulo sombrio.


A atitude de Marlene Engelhorn de renunciar à maior parte de sua herança, bem como seu ativismo em prol de uma tributação mais justa e da redistribuição da riqueza, destaca a necessidade de uma reflexão profunda sobre a desigualdade econômica e o papel dos indivíduos e das corporações na construção de uma sociedade mais justa e equitativa. Sua decisão corajosa ressoa como um chamado à ação para uma abordagem mais justa e compassiva em relação à riqueza, um passo em direção a um mundo onde todos possam prosperar juntos.

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