Oppenheimer: A Obra Estranha e Impactante de Christopher Nolan
A fama de Christopher Nolan é indiscutível, mas nem sempre isso é uma vantagem para seus filmes. Enquanto Hollywood adora um "diretor de grife" comercialmente bem-sucedido, artisticamente pode ser um desafio enfrentar as expectativas que envolvem a obra de Nolan. Com Oppenheimer, o cineasta se depara com a possibilidade real de seu filme ser mal compreendido ou interpretado a partir de parâmetros que não refletem sua verdadeira essência.
Oppenheimer é uma cinebiografia científica, mas o filme vai além dos diálogos técnicos e mergulha nas relações interpessoais carregadas de neuroses. Nolan aborda temas recorrentes em sua filmografia, como as complexidades das relações humanas, o peso emocional dos protagonistas e a necessidade de compartilhar obsessões.
O filme retrata a história de Oppenheimer, um homem genial e obcecado pelo reconhecimento de sua genialidade, o que o leva ao isolamento sentimental e político. Essas obsessões capturam as preocupações de Nolan como nenhum outro filme até então.
Em Oppenheimer, Nolan se permite mais expressionismo do que nunca, trazendo uma forma poética que conecta imagens e períodos distintos da vida do protagonista. Com uma montadora talentosa como Jennifer Lame, o filme toma uma abordagem mais solta e emocional, tornando-se uma obra sentido em vez de pensada.